"Que a força do medo que tenho
Não me impeça de ver o que anseio.
Que a morte de tudo em que acredito
Não me tape os ouvidos e a boca
Porque metade de mim é o que grito
Mas a outra metade é o silêncio.
Que a música que ouço ao longe
Seja linda, ainda que triste...
...Que as palavras que eu falo
Não sejam ouvidas como prece
E nem repetidas com fervor
Apenas respeitadas
Como a única coisa que resta
A um homem inundado de sentimentos
Porque metade de mim é o que ouço
Mas a outra metade é o que calo.
Que essa minha vontade de ir embora
Se transforme na calma e paz que mereço
Que essa tensão que me corroi por dentro
Seja um dia recompensada
Porque metade de mim é o que penso
Mas a outra metade é um vulcão.
Que o medo da solidão se afaste
E que o convívio comigo mesmo
Se torno ao menos suportável.
Que o espelho reflita em meu rosto
Um doce sorriso
Que eu me lembro ter dado na infância
Porque metede de mim é a lembrança do que fui
A outra metade não sei.
Que não seja preciso mais que uma simples alegria
Para me fazer aquietar o espírito
E que o teu silêncio me fale cada vez mais
Porque metade de mim é abrigo
Mas a outra metade é cansaço...
... E que a minha loucura seja perdoada
Porque metade de mim é amor
E a outra metade também."
quarta-feira, 8 de dezembro de 2010
Metades de mim...
08/12/2010
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