Kate e Léo em cena do filme Ontem comecei a assitir esse filme e senti tanta angustia assistindo que precisei parar de ver.
A questão é: quanta coragem é preciso para largar uma vida "segura" e aparentemente infeliz para correr atrás de um sonho, que nos remete a felicidade?
Sobre o filme:
No filme DiCaprio interpreta um cara que quando jovem sonhava em ter uma vida sem amarras, sem rotina, de preferencia em um pais como Paris. Ele era aquele tipo de jovem que fascinava, pois tudo que falava parecia estar perto demais e ser fácil demais.
Nessa época ele conhece a personagem da Winslet e eles se apaixonam.
Ela era uma atriz e se encantou pelo jeito aventureio do rapaz que era estivador, mas que não iria permanecer naquela vida por muito tempo.
Quando o filme vem para o presente dos personagens os dois estão casados, tem dois filhos e moram em uma boa casa em um bairro afastado.
Frank (Dicaprio), trabalhando como vendedor na empresa que seu pai trabalhou a vida inteira e nunca foi ninguém e April (Winslet) trabalhando como atriz, em lugares mediocres e sendo dona de casa e mãe.
Nenhum dos dois é totalmente feliz com a vida que tem.
Frank se mostra conformado, mas completamente atormentado com a frustração da mulher.
April tem a ideia deles largarem tudo e irem para Paris ter a vida que, segundo ela, eles sempre sonharam. Em Paris ela trabalharia em um emprego bom, que ela tinha a certeza que conseguiria e ele viveria do jeito que sempre sonhou até que descobrisse o que realmente gostaria de fazer.
Frank aceita, depois de resistir um pouco.
Em meio aos preparativos para a mudança Frank recebe uma proposta, financeiramente irrecusável, da empresa onde trabalha e April engravida. Ela pensa em abortar e o filme dá outra guinada.
Não vou contar aqui o que acontece porque não vou estragar o final do filme para quem não viu ainda!
Estão se perguntando o porque da minha angustia???
Os dois estavam, aparentemente, entediados com a vida que tinham, mas eles tinham tudo que todo mundo queria ter: emprego, casa propria, uma poupança, filhos e bons amigos.
Eles tinham uma vida estável, segura!
Comecei a sentir angustia quando a maluca da mulher quis jogar tudo isso para o alto para ir morar em Paris, sem nada garantido.
Frank largaria o emprego, eles venderiam a casa e o carro...
E se não desse certo????
Como os dois ficariam? E os filhos?
Na minha cabeça já imagino o que aconteceria: os dois iriam felizes e satisfeitos atrás de seus sonhos, iriam arrumar uma casa para morar e depois disso a realidade bateria a porta.
April não conseguiria arrumar seu emprego perfeito;
Frank teria que arrumar um emprego pior que o que tinha;
Se tocaria que aquele sonho era muito mais o sonho de April que o dele;
Os filhos ficariam revoltados em função da adaptação;
Eles brigariam, se separariam e voltariam para os EUA com uma mão na frente e outra atrás.
Não é assim que funciona na vida real??
Mas como eu, uma sonhadora convicta, posso pensar assim? Como posso ter raiva de April e achá-la louca?
Até que ponto os sonhos são metas inatingíveis que criamos para termos um motivo para reclamar da vida, justificar nossa falta de atitude diante da realidade ou não aceitar a felicidade como pequenos momentos que podemos viver exatamente onde estamos?
Depois de me acalmar, refleti e cheguei às seguintes conclusões:
Quando somos jovens e não temos nada a perder temos mesmo que fazer algumas loucuras. Essa é a hora de viajar, tentar uma vida diferente, se aventurar, ou seja, arriscar.
Resumindo, April, do filme, está perturbada.
A maneira que ela fez as coisas é que me deixou angustiada e não o fato dela querer ir atrás de seus sonhos.
Na verdade, ela estava tão infeliz consigo mesma que agarrou a oportunidade de se mudar para Paris como a unica solução para todos os seus problemas. No desespero ela não conseguia pensar em ninguém além dela mesma e isso é péssimo!
É bem interessante no filme quando ela começa a falar frases assim: "isso é o que você sempre quis" ou "se não formos você nunca será feliz".
Fazemos isso as vezes não é? Depositamos o nosso querer na cabeça dos outros, como se ele fosse o que a pessoa quer e não o que nós queremos!
Nós, os seres humanos, somos muito mesquinhos, as vezes. E nem nos damos conta do que estamos fazendo!
Bem, assistam o filme. Eu recomendo!